Pessoas pequenas, pessoas grandes

Eu fico desacreditada de ver como as pessoas deixam as coisas ruins tomarem conta.
Se tornam pessoas desprezíveis e não fazem nada para se tornar melhores.
Mesmo quando há amor...
Me recuso...
Me recuso acreditar que existem pessoas más e que gostem de ser más.
Como uma pessoa consegue deixar-se chegar à isso?
Será que não tinha ninguém ali para dividir a dor, o fardo?
Dó.
É isso que sinto de pessoas assim, dó.
Porque mesmo rodeada de gente, se sentem sozinhas.
E pessoas assim tendem a acabar sozinhas.
Acredito que pessoas assim, são assim por causa da vida, das pessoas, dela mesma.
É um ser humano pequeno, sem força de vontade para ser mais.
Acabam se acostumando a ser menos.
Infeliz.
E sendo infeliz, causam às outras pessoas infelicidades.
Porque não basta ele ser infeliz, todos a sua volta precisam ser também.
Só assim ele sente prazer em ser quem ele é.
E me diz, a que isso leva?
Aonde que é prazeroso ser infeliz? Ser ruim? Magoar os outros?
O único lado positivo de existir pessoas assim.
É que elas servem de exemplo, para pessoas como eu, que querem ser sempre mais.
Mais felizes, mais alegres, mais de bem com a vida.
Pessoas maiores são a prova de que você pode ser uma pessoa melhor, basta você querer.
No fim pessoas pequenas e grandes, sempre estão servindo de exemplo uma para outra.

Amor além da vida (Parte II)

Ricardo ficou confuso, pois tudo aconteceu muito rápido.
Ele sabia que a culpa daquilo ter acontecido era dele.
Ele não devia ter pego pesado com ela.
Aquela briga...ele podia ter evitado, mas era um cabeça dura, deixou seu orgulho falar mais alto.
No momento em que Vanessa agarrou sua camisa e disse suas últimas palavras.
Ricardo ficou desconsolado, sem chão.
E assim foi por semanas, meses.
Quatro meses após a morte de Vanessa, Ricardo ainda conseguia senti-la por perto.
As vezes a ouvia chamar pelo seu nome, outras conseguia sentir o seu perfume.
Ah aquele perfume.
O que ele não faria para sentir aquele cheiro de novo.
A maior parte do tempo Ricardo ficava bêbado.
Em uma noite, após terminar uma garrafa de Whisky, ele foi sentar na beira da cama.
E foi aí que a sua vida começou a mudar.
Ricardo era um forte médium, mas nunca ligou para isso.
Achava uma besteira, não acreditava em nada disso: espíritos, reencarnação, nada.
E foi na beira da cama, no meio da madrugada, que Vanessa apareceu para ele, pela primeira vez.
Ricardo não conseguia acreditar que aquilo era real, no começo ele tentou mandá-la embora, achando que aquilo era ilusão devido a bebida.
Mas nada adiantou, sua amada continuava ali, sorrindo para ele.
Até que ela chegou perto o suficiente, para que Ricardo sentisse aquele perfume.
E quase sem perceber, ele a envolveu em seus braços e a beijou como se fosse a primeira vez.
Eles passaram a noite se beijando.
Mesmo que aquilo fosse coisa da bebedeira ou fosse um sonho.
Ricardo se entregou. Era muita saudade.
E antes que pegasse no sono ele fez sua Vanessa prometer que ao acordar, ela seria a primeira coisa que ele veria.
Seu sono foi pesado, ele literalmente apagou.
Ao acordar, Ricardo mal conseguia lembrar se o que aconteceu na noite anterior foi um sonho ou real.
Quando olhou para o lado, seu susto foi tão grande quanto a sua felicidade.
Então tudo era verdade, Vanessa estava deitada ao seu lado com um sorriso no rosto.
Após longos olhares, abraços e beijos, Vanessa explicou à Ricardo que ele era capaz de vê-la e tocá-la por causa de sua mediunidade.
E que ela estava ao seu lado durante todo esse tempo, mas ele nunca foi capaz de enxergá-la.
Tudo estava perfeito, até a hora em que Vanessa explicou que o seu tempo estava se esgotando.
E que logo ela iria atravessar a porta e seguir a luz.
Mas para isso acontecer, ele deveria deixá-la ir.
Então Ricardo se viu em um momento de decisão, aonde ele deveria deixar sua amada ir em paz ou prendê-la para sempre em nosso mundo.

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